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Dom Jaime Pedro Kohl reflete sobre o desafio de amar os inimigos à luz do Evangelho

por Melissa Maciel
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O Evangelho de Lucas (6,17-38) apresenta um ensinamento radical de Jesus: “Amai os vossos inimigos.” Para muitos, essa proposta parece inatingível, mas, segundo o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, trata-se de um chamado à maturidade espiritual e à vivência da misericórdia divina. O artigo enfatiza que o verdadeiro amor cristão não se limita a retribuir afeto, mas inclui fazer o bem até mesmo àqueles que nos prejudicam.

Jesus reforça essa ideia ao questionar: “Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?” Para o bispo, esse ensinamento desafia o ser humano a romper com a lógica da vingança e da violência, abrindo espaço para a paz e a fraternidade. O caminho indicado por Cristo exige força espiritual e confiança na Graça divina, pois só com o amor de Deus é possível superar ressentimentos e agir com misericórdia.

Em um mundo marcado por divisões e conflitos, a mensagem de Jesus continua atual e necessária. O convite à misericórdia e ao perdão pode parecer utópico, mas é essencial para transformar as relações humanas e construir uma sociedade mais pacífica. Como questiona Dom Jaime: será que conseguimos amar como Jesus nos pede?

Confira o artigo completo:

Amai os vossos inimigos

O texto de Lc 6,17-38 é desconcertante e desafiador para qualquer ser humano que se propõe a pautar sua vida pelo ensinamento de Jesus. Uma leitura e meditação atentas nos desinstalam. Parece pedir algo fora de toda medida sensata: “Amai os vossos inimigos.” Mas isso é possível?

A fala de Jesus é de uma beleza incrível e, ao mesmo tempo, assustadora: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei os que vos amaldiçoam; rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica.”

Quem de nós, hoje, tem essa maturidade espiritual e controle emocional a ponto de oferecer a outra face? Humanamente falando, parece impossível, mas, evangelicamente, é sinal de verdadeiro amor, marcado pela gratuidade e misericórdia, do jeito que Deus nos ama e age conosco. Não foram poucos os cristãos que alcançaram tal maturidade. Retribuir o mal com o bem é a proposta inovadora do Evangelho, o caminho para romper com a violência e alcançar a paz.

Para nos convencer de que isso é possível, Jesus acrescenta: “Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam. E se fazeis o bem aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim.” Pode parecer um ideal muito elevado para os comuns dos mortais, mas Jesus o propõe àqueles que desejam segui-lo.

Amar quem nos ama não é difícil. Dar-se bem com os simpáticos, com aqueles que pensam como nós, e acolher os que nos querem bem e nos tratam com amor não exige muito esforço. Mas acolher bem o antipático, o eterno insatisfeito, somente é possível com a força da Graça, com o amor de Deus derramado nos corações dos que creem.

Jesus arremata: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso!” Essa é a perfeição que Ele nos pede: amar os nossos inimigos, rezar por aqueles que nos odeiam… na total gratuidade.

Hoje, mais do que nunca, precisamos anunciar esse Evangelho se queremos ajudar o mundo a superar a violência que aflora de muitas formas e abrir caminhos para a paz. Será que consigo amar desse jeito que Jesus pede?

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório

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