Condenações envolvem crimes de extorsão mediante sequestro, receptação e adulteração de veículos. Menina foi resgatada em Torres/RS um dia após o crime.
Seis pessoas acusadas de integrarem uma associação criminosa responsável pelo sequestro de uma menina de 11 anos no Sul de Santa Catarina em 2023 foram condenadas a penas que, somadas, ultrapassam 150 anos de prisão. A sentença foi proferida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Criciúma e abrange também os crimes de receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. As penas individuais variam entre 21 e 29 anos de reclusão, todas a serem cumpridas em regime fechado.
O caso mais grave atribuído ao grupo ocorreu na madrugada de 23 de agosto de 2023, quando a criança foi sequestrada em frente à sua casa, em Criciúma. De acordo com a denúncia, o pai da vítima foi rendido com o uso de arma de fogo, e os criminosos exigiram mais de R$ 11 milhões pelo resgate. A vítima foi levada para a cidade de Três Cachoeiras/RS e, felizmente, resgatada em segurança no dia seguinte.
Segundo os autos, além do sequestro, os réus também estavam envolvidos em atividades criminosas relacionadas à receptação e adulteração de veículos. Dois carros com placas falsas foram utilizados na ação criminosa. A investigação apontou que o grupo recebia automóveis oriundos de outros crimes e os adulterava para uso em suas ações.
As penas aplicadas foram as seguintes:
- Dois réus receberam 21 anos, seis meses e 17 dias de reclusão;
- Outros dois foram condenados a 25 anos, seis meses e 28 dias;
- Um quinto condenado recebeu pena de 28 anos, oito meses e três dias;
- O sexto réu teve a maior pena: 29 anos, seis meses e 29 dias.
Todos os condenados estão presos, exceto uma mulher, cuja prisão foi decretada posteriormente e que se encontra foragida. A decisão ainda cabe recurso.
Relembre o caso
A menina sequestrada foi encontrada na madrugada de 24 de agosto de 2023, um dia após o crime, na cidade de Três Cachoeiras (RS), a cerca de 40 km da divisa com Santa Catarina. Segundo a Polícia Civil, a vítima permaneceu no porta-malas de três veículos, sendo transferida de um para outro ao longo do trajeto, mas não chegou a ser levada para um cativeiro.
A libertação foi articulada com o auxílio do advogado Jefferson Monteiro, cuja filha estuda com a vítima. Ele negociou diretamente com os sequestradores, sem a presença da polícia, e obteve a localização onde a menina seria libertada. Amarrada e encapuzada, ela foi deixada nas margens da BR-101 e entregue em segurança à Polícia Rodoviária Federal.
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