Comunicado do IB Saúde reforça dificuldades de fluxo de caixa; situação ocorre após denúncias de colaboradores sobre atrasos recorrentes.
O Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, divulgou na última sexta-feira (5) um comunicado confirmando que a folha de pagamento referente ao início de dezembro não pôde ser operacionalizada na data prevista. Segundo o documento assinado pela Secretaria Executiva do IB Saúde, organização responsável pela gestão da unidade, dificuldades no fluxo de caixa, agravadas pelo período de pagamento do 13º salário, impediram o depósito dos vencimentos dos colaboradores.
De acordo com o comunicado, os valores já estão provisionados e o pagamento deve ser efetuado entre hoje, (8) quarta-feira (10). A instituição garante que, assim que os recursos forem creditados na conta do hospital, toda a folha será “integralmente quitada”.
A nota também reforça a necessidade de compreensão dos funcionários diante da situação, ressaltando o compromisso de regularizar os valores “no máximo até o dia 10 de dezembro”.
DENÚNCIAS RECENTES DE ATRASOS
A confirmação do novo atraso ocorre poucos dias após funcionários denunciarem à Rádio Maristela problemas no recolhimento do FGTS e no pagamento do piso salarial. Uma colaboradora relatou que o Fundo de Garantia está há cinco meses sem depósito e que o piso salarial estava sem pagamento.
Na ocasião, a direção do hospital atribuiu os atrasos a problemas operacionais com a instituição bancária. O IB Saúde garantiu que o 13º seria pago dentro do prazo legal, com a primeira parcela até 28 de novembro e a segunda até 20 de dezembro, porém o pagamento foi realizado em data posterior, sem o pagamento do 13º sobre o piso dos profissionais de enfermagem.
SITUAÇÃO SEGUE SEM REGULARIZAÇÃO
Apesar da previsão de pagamento anunciada no novo comunicado, a situação no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes permanece delicada. Colaboradores relataram à reportagem que o FGTS está há cinco meses sem depósito, o 13º referente ao piso salarial não foi pago, e há partes dos honorários médicos em atraso desde setembro, afetando inclusive pediatras e obstetras, profissionais que atualmente não estão disponíveis na unidade.
Funcionários também reclamam de problemas na estrutura operacional, como a qualidade da alimentação fornecida aos colaboradores, descrita por trabalhadores como “muito ruim”.
PARALISAÇÃO
Entre os colaboradores, cresce o rumor de que uma paralisação pode ocorrer a qualquer momento, caso a situação não seja regularizada. E, segundo relatos internos, isso não está distante de acontecer. A possibilidade levanta uma preocupação grave. Como ficaria o atendimento no auge do verão, período em que Torres recebe milhares de turistas? Mais uma vez, o hospital deixa de honrar seus compromissos com os funcionários.
Caso os trabalhadores decidam parar, o impacto para a cidade será imediato, e a imagem de Torres diante de moradores e visitantes ficará seriamente comprometida. A Rádio Maristela segue acompanhando o caso e aguarda novos posicionamentos da gestão do hospital e do IB Saúde.
Comunicado na íntegra:


