AO VIVO
AO VIVO
AO VIVO
Home » Notícias » Funcionários da Clínica Cuidare voltam a denunciar atrasos salariais e acionam o Ministério Público do Trabalho em Torres

Funcionários da Clínica Cuidare voltam a denunciar atrasos salariais e acionam o Ministério Público do Trabalho em Torres

por Melissa Maciel
A+A-
Reset

Menos de um mês após a Rádio Maristela noticiar denúncias de atrasos no pagamento do complemento do piso salarial da enfermagem, funcionários da Clínica Cuidare Serviços de Diálise, em Torres, voltaram a procurar a Central de Jornalismo da emissora para relatar a reincidência dos problemas. Desta vez, a situação motivou o registro de uma denúncia formal no Ministério Público do Trabalho (MPT), protocolada no dia 22 de dezembro de 2025.

>> Siga o canal do Grupo Maristela no WhatsApp.

De acordo com os trabalhadores, após a publicação da matéria em 26 de novembro, a empresa regularizou os valores em atraso cerca de dez dias depois. No entanto, a normalização não se manteve. Atualmente, seguem pendentes o pagamento do complemento do piso salarial referente a dezembro, a parcela do 13º salário vinculada ao piso da enfermagem e a segunda parcela do 13º salário, que, conforme a legislação trabalhista, deveria ter sido quitada até o dia 20 de dezembro.

Os funcionários afirmam que os recursos para o complemento do piso foram repassados à clínica no dia 11 de dezembro, conforme registros oficiais, e que a empresa teria até cinco dias úteis para efetuar o pagamento aos profissionais, prazo que não foi cumprido. Além disso, relatam que nenhum colaborador, incluindo técnicos de enfermagem, enfermeiros e funcionários administrativos, recebeu a segunda parcela do 13º salário.

Segundo os denunciantes, a direção da clínica reconheceu os atrasos, alegando dificuldades financeiras, e informou que os valores seriam pagos apenas no mês seguinte. Os trabalhadores também relatam a inexistência do pagamento de multas e juros legais decorrentes dos atrasos, situação que, segundo eles, se repete de forma recorrente.

Outro ponto destacado é a falta de comunicação clara por parte da gestão. Os profissionais afirmam que não obtêm respostas diretas da administração, do setor responsável pelo piso salarial ou do contador da empresa, sendo obrigados a buscar informações de forma insistente, sem retorno objetivo. A situação, segundo os relatos, gera insegurança financeira, especialmente às vésperas do Natal, com contas acumuladas e impossibilidade de planejamento familiar.

Por receio de represálias, os funcionários pediram novamente que suas identidades fossem preservadas. Eles relatam que, após a primeira denúncia divulgada pela Rádio Maristela, o clima interno se tornou tenso, com tentativas de identificar os responsáveis pelas queixas. O grupo afirma que o objetivo não é exposição pública, mas apenas o cumprimento dos direitos trabalhistas garantidos por lei.

POSIÇÃO DA DIREÇÃO DA CUIDARE

Procurada novamente pela reportagem, a direção da Clínica Cuidare Serviços de Diálise confirmou que há valores em atraso e afirmou que a situação será regularizada, assim como ocorreu nos meses anteriores. Segundo a empresa, os atrasos estariam relacionados ao fluxo de repasses do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em resposta, a direção declarou que clínicas que atendem pelo SUS enfrentam, de forma recorrente, dificuldades decorrentes desses repasses, mas que, após o recebimento dos valores, os pagamentos aos funcionários são efetuados. A administração informou ainda que está em contato com a Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) para obter informações sobre a data do próximo repasse e que a expectativa é de que os recursos sejam liberados nos próximos dias.

No entanto, a clínica não confirmou uma data específica para a quitação dos valores em atraso, reiterando apenas que a situação será resolvida, como nos meses anteriores.