A Aldeia Nhu-Porã, de índios guaranis, situada no Campo Bonito, em Torres, enfrenta dificuldades no abastecimento de água há aproximadamente duas semanas em razão da queima do motor do poço principal que atende a comunidade. O equipamento, instalado pelo governo do Estado do RS junto à escola da aldeia, é responsável por distribuir água para todas as residências, o que agravou a situação após o dano técnico registrado há cerca de duas semanas.
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O cacique Mário Lopes explicou que, com o motor inutilizado, a comunidade passou a depender de alternativas emergenciais. Segundo ele, uma perfuração antiga, localizada em sua residência, tem sido utilizada com apoio de outras comunidades, mas a estrutura é insuficiente. “Esse motor pequeno não aguenta funcionar o dia inteiro. Não dá para lavar roupa e nem para atender toda a população”, relatou, destacando a limitação do sistema improvisado.
O cacique também informou que o município tem prestado auxílio com o envio de caminhão-pipa duas vezes por semana. No entanto, o volume fornecido não supre a demanda da aldeia. “Quando a água chega à caixa, ao meio-dia já acabou. É muita gente para pouca água”, afirmou. Atualmente, a comunidade segue com acesso restrito, contando praticamente com uma única fonte para atender todas as famílias. Ainda conforme Mário, na manhã desta sexta-feira (26), equipes estavam trabalhando na substituição do motor, com expectativa de normalização do abastecimento, porém um motor que pode não suportar a demanda.
A secretária municipal da Saúde de Torres, Neusa Oriques, esclareceu que a responsabilidade pela estrutura de abastecimento de água na aldeia é do governo do Estado, cabendo ao município atuar de forma complementar. Segundo ela, a Secretaria da Saúde administra recursos federais destinados às comunidades indígenas, realizando a aquisição de insumos por meio de processo licitatório e garantindo atendimento médico nos postos de saúde quando não há profissionais na aldeia. Em relação ao problema atual, Neusa explicou que a falha ocorreu na bomba do sistema que leva água até a caixa d’água e que a empresa estadual responsável pela manutenção não conseguiu atender prontamente. Como medida emergencial, o governo municipal com apoio da Corsan tem enviado caminhões-pipa para abastecer o local.
A situação segue sendo acompanhada pelas lideranças indígenas, enquanto a comunidade, formada por 43 famílias, totalizando 189 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, aguarda a solução definitiva para restabelecer o fornecimento regular de água na aldeia.
Foto: canionsdosul.org

