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Memorial com árvores nativas aproxima a Mata Atlântica da cidade de Torres

por Melissa Maciel
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Entre as mais de 10 mil mudas que em 22 anos a Onda Verde doou e plantou, três formam um memorial à céu aberto na praça da Lagoa do Violão. São elas: um açoita-cavalo, um manacá-da-serra e um ipê-rosa, que desde a Semana do Meio Ambiente, quando foram cerimoniosamente plantadas, homenageiam Nabor Guazzelli, Carlos Cechin e Bento Barcellos.

A escolha de plantas nativas faz jus à biografia das três personalidades, cujas histórias convergiram na defesa da biodiversidade local. Segundo o professor Benedito Ataguile, que assim como Cechin e Nabor é um dos fundadores da ONG, o benefício propiciado pelo plantio de árvores da Mata Atlântica é muito grande. “São criadas condições de vida para outras espécies do mesmo bioma. Sobretudo polinizadores, dispersores de sementes e por que não alguns que possam se alimentar dessa vegetação”.

Foto: Luana Bassa

Além das espécies nativas, algumas exóticas são fonte de alimento e abrigo para aves, abelhas e outros polinizadores. Para essa missão, Leonila Ramos, também fundadora da Onda Verde, defende os hibiscos. “Ele é exótico, mas dá flor o ano inteiro, tem várias cores e se bem produzido dá sombra”.

Paisagismo com espécies locais

Na visão dos ambientalistas, no entanto, há espécies exóticas que não têm polinizadores nem dispersores, como as palmeiras importadas. Na opinião de Leonila, são apenas símbolos de poder. Benedito acha que projetos paisagísticos com palmeiras juçara e butiá ampliariam a representação da floresta atlântica em Torres. Por isso, essa seria uma cultura que a cidade teria que desenvolver.

Para a arquiteta Valquíria Liperte Model as espécies nativas se adaptam e compõem melhor. “Tu consegues dar um ambiente mais natural, porque no momento que tu pegas uma planta exótica e tu transplantas pra um local que não é dela, ela não conversa com o ambiente”.

Ao contrário de Leonila, a decoradora acha que a difusão de palmeiras exóticas tem mais a ver com copiar algo que funcionou em determinado espaço. “Muitas vezes (o profissional) nem analisa o que que está fazendo, por que está fazendo”. Já sobre o butiá, Valquíria tem uma certeza: “é lindo, lindo no paisagismo. Coisa mais linda o butiá”.