AGRICULTURA

O município de Arroio do Sal, em parceria com a Emater/RS e por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, está promovendo um curso gratuito de apicultura voltado à qualificação de produtores rurais . A iniciativa busca valorizar o trabalho dos apicultores e incentivar práticas sustentáveis no meio rural.

Atualmente, o município conta com 10 apicultores registrados, responsáveis por cerca de 2,8 mil colmeias. Como parte das ações para fortalecer o setor, o secretário adjunto de Agricultura, João Luis Pereira dos Santos, participou de uma das etapas do curso, realizada com apoio técnico da equipe de Montenegro. Durante a formação, ele aprendeu técnicas sobre manejo seguro de colmeias, produção de mel e implantação de apiários.

A inscrição é gratuita para agricultores familiares cadastrados no sistema municipal. Interessados devem comparecer à Secretaria de Agricultura, localizada na Avenida Arroio do Sal, no Centro. Moradores que ainda não possuem cadastro também podem participar, mediante consulta sobre a taxa de inscrição.

Novas turmas devem ser abertas ao longo do ano, ampliando o acesso ao conhecimento técnico necessário para o desenvolvimento da apicultura local. As abelhas são fundamentais para a polinização das plantas e para o equilíbrio do ecossistema, além de gerarem o mel, produto valorizado na região.

Foto: Secom

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A região de Morrinhos do Sul se prepara para sediar uma importante reunião voltada aos produtores de banana do município e das cidades vizinhas. O evento, organizado pelo movimento “Bananeiro Raíz”, ocorrerá na próxima terça-feira, 06 de maio, às 19h, no salão comunitário da localidade de Rio Bonito.

O movimento inédito vem ganhando força para organizar a cadeia produtiva da banana, setor até então negligenciado, apesar de sua importância econômica para diversos municípios. Idealizado por Jorge Scandolara, o grupo criado no WhatsApp já reúne 590 membros em menos de um mês e conta com o apoio de representantes do poder público municipal e estadual. De acordo com Jorge, “o objetivo é tirar a banana da informalidade e dar a ela o reconhecimento merecido, já que é a fruta mais consumida no Brasil e o décimo alimento mais consumido no país.”. Se consolidado, o projeto representará um marco histórico na valorização e estruturação do setor bananeiro na região.

O encontro é parte de uma série de reuniões que têm sido realizadas em diversos municípios da região. “Esses encontros têm sido fundamentais para o crescimento do movimento e para a troca de experiências entre os produtores. A reunião em Morrinhos do Sul será uma grande oportunidade para discutir desafios e soluções, além de promover o fortalecimento da nossa produção”, afirmou Ricardo Steffen Evaldt, um dos organizadores do evento.

A reunião contará com a presença de diversos representantes políticos e do setor público, incluindo vereadores e autoridades municipais. Também serão convidados representantes de sindicatos, da EMATER e outros órgãos de apoio aos produtores rurais. A presença de lideranças locais é esperada, com a confirmação de participação de políticos de cidades vizinhas, como Jacinto Machado/SC, Dom Pedro de Alcântara/RS, Terra da Areia/RS e Mampituba/RS.

Os encontros anteriores aconteceram nas cidades de Jacinto Machado (22 de abril), Dom Pedro de Alcântara (24 de abril), e Terra da Areia (29 de abril), com a próxima reunião prevista para Mampituba no dia 08 de maio.

O movimento “Bananeiro Raíz” visa promover a agricultura local e discutir alternativas de crescimento para o setor bananicultor, um dos pilares da economia da região.

Para mais informações, os interessados podem confirmar presença no grupo de WhatsApp ou diretamente com os organizadores, pelo (51) 8030-0347.

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Na manhã desta segunda-feira, 28 de abril de 2025, o espaço da Câmara de Vereadores de Dom Pedro de Alcântara foi palco de uma importante reunião pública para discutir o grave problema da proliferação do maruim, inseto que tem afetado diversos municípios do Litoral Norte do Estado.

O encontro reuniu membros do Executivo Municipal, moradores da comunidade e o representante da empresa Agro Aparecida, Eraldo de Lima Scandolara, que apresentou uma proposta de solução para o problema. A empresa afirma possuir um produto capaz de eliminar o mosquito; entretanto, o produto ainda não possui registro técnico nem testagem comprovada, requisitos exigidos pelos órgãos reguladores para o uso seguro.

Durante a reunião, foram prestados esclarecimentos sobre as características do maruim, os impactos causados na região e as ações que vêm sendo planejadas e executadas para mitigar sua presença. Também houve manifestação do vigilante sanitário Fábio Bernst e da chefe do escritório da Emater, Tatiana Vahn Bohrer, que abordaram as exigências legais para a aplicação de qualquer produto não aprovado pela Anvisa, além de ressaltar o extenso caminho já percorrido pelo poder público municipal em busca de soluções efetivas e legais.

Como encaminhamento da audiência, ficou definido que o Poder Executivo Municipal irá agendar uma reunião com o Governo do Estado e com a Secretaria Estadual de Saúde para apresentar o problema enfrentado e a proposta da empresa Agro Aparecida, reforçando o compromisso de atuar sempre dentro dos parâmetros legais e deixando claro que não se responsabilizará por eventuais usos inadequados do produto.

Paralelamente, a comunidade local decidiu formar um grupo independente, sem envolvimento direto do Poder Público, para assumir a frente das discussões sobre uma possível testagem do produto, com respaldo da empresa proponente. Integraram o grupo os moradores Lara Souza da Silva Oliveira, Nadir Framento (Gringo), Cidinei Hahn Evaldt, Rogelio Hahn Evaldt e Heraldo de Lima Scandolara (representando a empresa Agro Aparecida).

Fonte: Ascom PMDPA

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Desde o dia 15 de abril, abelhas nativas da Mata Atlântica passaram a integrar o ambiente da Escola Municipal Fundamental São Judas Tadeu, na comunidade de Rio Verde, em Torres; Escola Estadual de Ensino Fundamental Dom José Baréa, na comunidade de Santo Anjo da Guarda, em Três Cachoeiras e Escola Estadual de Ensino Fundamental Josefina Maggi Boff, na comunidade de Morro Azul, também em Três Cachoeiras.

Os enxames da espécie mirim droryana foram instalados durante oficinas ministradas pelo estudante de Agronomia Pedro Bernhardt, do Instituto Federal Catarinense, campus Santa Rosa do Sul, em parceria com o Centro Ecológico.  A atividade teve o apoio do Fundo de Adaptação e Inovação Climática (AFCIA, na sigla em inglês).

“Com essas oficinas, conseguimos trabalhar as abelhas sem ferrão, suas características e importância para o meio ambiente e para nossa sociedade”, explicou o especialista. Ele destacou que, de forma bem dinâmica e lúdica, conversando e esclarecendo dúvidas, foram apresentadas as abelhas e os enxames.

CUIDADOS

Em todas as escolas, alunas e alunos assumiram a responsabilidade de alimentar as abelhas, principalmente durante o inverno. Na Josefina Maggi Boff, de Morro Azul, serão as turmas do 6º ao 9º ano, com a professora Bruna Hendler Hahn, que cuidarão das novas moradoras. Ela conta que a ideia de receber o enxame partiu do trabalho com a horta escolar, acompanhado pelo Centro Ecológico durante 2024.

Na Baréa, quem participou da oficina foi o 6º ano. “Eles conheceram bastante sobre a espécie que vai ficar aqui na escola, a mirim, e outras espécies de abelhas nativas, que são muitas. Entenderam como elas produzem o mel, a alimentação, produção de cera, o papel de cada uma na colmeia, como que elas se comportam”, resumiu a professora Eliane Pereira Behenck. Para garantir o cuidado com o enxame, ela organizou um cronograma de revezamento nas tarefas.

Na São Judas Tadeu a oficina foi realizada com as turmas de 4º e no 5º ano, como atividade do Projeto Abelhas sem Ferrão na Escola do Campo. Idealizado pelo supervisor pedagógico Marcelo Santos, o projeto que estuda as características e alimentação das abelhas nativas trabalha junto com a professora Denise Bauer, da disciplina de Educação Ambiental, mas está aberto a todas as turmas e disciplinas.  

Tanto na São Judas quanto na Baréa os alunos já visitaram outras turmas falando sobre a colmeia, explicando o que eles aprenderam e quais os cuidados a escola deve ter com relação ao enxame.

TEXTO: ASCOM CENTRO ECOLÓGICO /  MIRIAM SPERB

FOTOS: JOAQUIM MARTINS

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A Declaração Anual de Rebanho em 2025 iniciou no dia 1º de abril e segue até 30 de junho. As datas foram publicadas pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

A fiscal estadual Agropecuária da Inspetoria de Torres, a médica veterinária Luciana Cunha, enfatizou em entrevista à Rádio Maristela, na última segunda-feira (7), a necessidade de os produtores rurais elaborarem uma lista contendo a quantidade e a idade de cada animal de todas as espécies em suas propriedades. Para os produtores de outros municípios da região, a entrega deve ser feita no escritório.

“É recomendável registrar o cadastro dos animais recém-nascidos, como os bezerros, no mês em que ocorre o nascimento. Isso facilita inclusive o planejamento das vacinações. A Declaração deve abranger todos os bovinos, equinos, ovelhas, cães, gatos, aves, peixes e até mesmo colmeias de abelhas”, destaca a médica veterinária.

EXIGÊNCIA

A Declaração de Rebanho é uma obrigação sanitária de todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais. “Além do atendimento à legislação vigente, os dados nos dão embasamento para que tenhamos um mapeamento da distribuição das populações animais, das faixas etárias. Com isso, podemos ser mais assertivos em nossas políticas públicas de saúde animal”, detalha Luciana. 

A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade.

DECLARAÇÃO ON-LINE

Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico pelo link: www.produtoronline.rs.gov.br/.  Caso prefira, o produtor também pode fazer o preenchimento nos formulários em PDF ou presencialmente nas Inspetorias ou Escritórios de Defesa Agropecuária, com auxílio dos servidores da Seapi e assinando digitalmente com sua senha do Produtor Online.  Para mais informações: www.agricultura.rs.gov.br/declaracao

*Com informações do Governo do RS

*Com informações do Governo do RS

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O último verão do Rio Grande do Sul vai ficar marcado por temperaturas acima da média, três ondas de calor e pouca chuva. Sob esta condição mais uma vez extrema, agricultoras e agricultores dos Núcleos Serra Gaúcha e Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia experimentaram semear crotalária, milheto, feijão de porco, mucuna e girassol para proteger a vida do solo. As sementes, 1.725 quilos, foram doadas por meio do Projeto Reconstrução Agroecológica no Sul do Brasil, pensado pelo Centro Ecológico com apoio do Fundo de Agroecologia, após as chuvas de maio e junho de 2024.

“Elas (as plantas) estão se adaptando bem ao calor, se criaram bem com esta seca. Tem algumas que as formigas comeram mais. Mas a crotalária tem de duas variedades, o milheto, os que tem mais. Girassol nasceu mais ralo, mas floresceu também”, relatou Jorge da Silva, da Agrisap de Santo Antônio da Patrulha, em fevereiro. Na metade de março, Jorge enviou um vídeo no grupo de WhatsApp do Núcleo Litoral Solidário, mostrando uma área de adubação verde roçada, para o cultivo de cana-de-açúcar, principal matéria prima da agroindústria da família, a Doces Silva.

De acordo com o agricultor, que em outros anos havia semeado crotalária, esta leguminosa renova bastante a terra. “Depois eu entrei com a cana e produziu bem. Produziu até melhor do que há dez anos, quando eu botava adubo. As minhas terras agora estão bem melhores”.

Na propriedade de Teresinha Spitznagel dos Santos, também da Agrisap, o primeiro plantio atravessou justamente a primeira onda de calor, entre 17 e 23 de janeiro e acabou não dando certo. “Estava muito seco e muito quente” , justifica a agricultora. Felizmente, parte das sementes ela guardou e semeou depois. No final de março, apesar do tempo continuar seco, Teresinha avalia que as plantas estão se mantendo mais. “Essa (adubação verde) também já está sofrendo, mas ela cresceu mais, estou achando que ela está bem legal”.

O local do plantio da adubação verde foi escolhido em função do impacto da chuva intensa do ano passado. “Isso aqui seria bom assim numa chuvarada, no caso ela (adubação verde) iria proteger. Como está seco, a gente plantou bem numa lomba e abaixo aqui tem umas bananeiras. A gente botou pra ela (adubação verde) proteger, pra não fazer valetas no meio das bananas. Pra baixo tem aipim também, e no último ano acabou arrancando até aipim, no caso, de tanta valeta que fez.”

Serra

Em Ipê, na Serra, a família Marcon semeou guandu, milheto e dois tipos de crotalária. Em fevereiro esta adubação verde estava em fase de crescimento ainda, mas Maiara Marcon já percebia alguns resultados. “Está ajudando muito porque protege desse sol forte, pra não atingir o solo. Em algumas áreas está sendo feito o acabamento dela pra proteger contra o sol e contra a chuva, melhorando a qualidade do solo e a matéria orgânica”.

Para o técnico Volmir Campagnollo, no Núcleo Serra Gaúcha este trabalho com a adubação verde, principalmente a de verão, está em fase de investigação. “Por exemplo: em certas propriedades nasceram todas as sementes certas. Em outras nasceu metade. Então a gente (Centro Ecológico) está tentando identificar o que tem de diferente de uma propriedade para outra, no solo ou manejo. Mas nós temos lugares que estão com quatro metros de altura a crotalária. Com uma massa muito boa. A gente está vendo bons resultados e os agricultores estão gostando. Então, acho que isso que é a parte mais importante. Eles estão abraçando a ideia”.

Adubação verde e trapoeraba

Ricardo Gonçalves Behenck e Simone Coelho Behenck, do Grupo Chapada dos Mesquitas, de Três Cachoeiras, foram além dos testes com as sementes de adubação verde nas áreas mais degradadas de um bananal. Com o acompanhamento do técnico Joaquim Martins, do Centro Ecológico, a família usou diversos tipos de trapoeraba.

“Tem que ser uma terra um pouquinho mais forte pra ele (a trapoeraba) vir. A terra está ficando bem escura, no sol ela funciona bem, nesses calorão aí ela segura bastante a umidade na terra. A gente viu que ela ajuda bastante em relação ao panamá (mal- do- panamá), tá ajudando bastante. Quando a gente quer fazer uma poda é bom de fazer, com a roçadeira, é bem macio, ela fazendo o ciclo dela, a gente roça e volta a crescer de novo”, explicou Ricardo.

Fonte: Centro Ecológico / Miriam Sperb

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A Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa, reunida na manhã da última quarta-feira (26), aprovou, de forma conclusiva, o projeto de Lei (PL) 525/2023 que institui o roteiro turístico “Rota das Bananas”. A reunião homologou também cinco requerimentos para a realização de audiências públicas.

O roteiro turístico “Rota das Bananas” abrange os municípios de Morrinhos do Sul, Santo Antônio da Patrulha, Três Cachoeiras, Terra de Areia, Três Forquilhas, Caraá, Mampituba, Maquiné, Torres, Itati, Dom Pedro de Alcântara e Osório.

O autor do PL justificou que a criação da rota tem o objetivo de identificar e reconhecer o potencial da região, envolvendo o governo do Estado, governos municipais, sociedade civil, produtores, entidades e empresas, estimulando o turismo regional, o cooperativismo e a produção agroindustrial. Além de promover o desenvolvimento econômico para o Litoral Norte, a banana faz parte da cultura da região e é característica marcante especialmente dos municípios localizados na encosta da Serra, às margens da BR 101.

A Comissão de Economia também aprovou requerimentos de audiência pública. Um deles visa discutir a utilização de matérias-primas renováveis da Refinaria Riograndense. Outros quatro requerimentos têm o objetivo de debater os impactos da Portaria Interministerial MPA/MMA, que visa limitar a captura de tainha no Estuário da Lagoa dos Patos a duas mil toneladas. As audiências ocorrerão nos municípios de São José do Norte, Rio Grande, São Lourenço do Sul e Tavares.

*Com informações ALRS, foto: Freepik.

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A primeira plenária de 2025 do Núcleo Litoral Solidário, na tarde de 11 de março na comunidade de Vila Três Passos, em Morrinhos do Sul, recebeu o agrônomo Alonso Duarte, do Departamento de Defesa Vegetal (DDV) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, para uma palestra sobre deriva de agrotóxicos.

Deriva é quando um agrotóxico, ao invés de atingir o alvo que deveria, muda de direção e atinge outros alvos. Foi isso que aconteceu na unidade de produção da família Martins Rosa, no interior de Torres, em novembro de 2024. No mesmo período, outras famílias relataram cultivos com os mesmos problemas visíveis nas hortaliças dos Martins Rosa, mas somente esta família conseguiu ser parcialmente indenizada porque notificou, pelos canais da Secretaria da Agricultura, os prejuízos.

Nesses casos, quando há suspeita de contaminação, o fiscal agropecuário ressaltou a importância de ser feita a notificação ao Departamento de Defesa vegetal no prazo de 15 dias. “É muito importante esse prazo, porque tem produtos que são muito rápidos de metabolização, ou seja, muito rápido de se transformar e ser expulso. Por mais que a planta apresente características. E isso é um problema muito sério que a gente tem nas uvas”, exemplificou o agrônomo. Não há necessidade, segundo o técnico, de denunciar vizinhos, porque a própria inteligência da fiscalização já aponta para os possíveis responsáveis. Só é necessário notificar.

Além da palestra sobre deriva, a formação teve também uma exposição com fotos e materiais gráficos alusivos aos direitos das mulheres, contra a violência e o protagonismo feminino na agroecologia.

Certificados

A plenária deliberou acerca do calendário do ano e da renovação da certificação da conformidade orgânica de 16 grupos. Esta renovação é feita a partir da apresentação e dos relatos das atas das visitas de olhar externo que vêm sendo realizadas desde janeiro. Além de ser uma etapa do processo de certificação, a visita de olhar externo contribui também para aprofundar a ecologização das propriedades, dos grupos, e para superar limites identificados pelos visitadores e visitadoras.

Núcleo regional

O Litoral Solidário é o Núcleo que representa a Rede Ecovida no litoral Norte do Rio Grande do Sul. Atualmente fazem parte deste núcleo mais de 285 famílias, que organizadas em grupos, produzem alimentos sem agrotóxicos comercializados diretamente em feiras, no varejo e no mercado institucional.

Fonte: Centro Ecológico / Miriam Sperb

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Os sistemas participativos de garantia (SPG), método de certificação que credita como orgânicos os alimentos produzidos por 281 famílias do Litoral Norte e de outras centenas no Sul do Brasil, foi tema de uma apresentação do agrônomo Laércio Meirelles na Facultad de Ciencias Agrícolas de la Universidad Central del Ecuador. A convite da Cooperação para o Desenvolvimento de Países Emergentes (Cospe, na sigla em italiano), o coordenador do Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade (Opac) da Rede Ecovida foi um dos palestrantes do Encontro Nacional de Agroecologia e Sistemas Participativos de Garantias, dias 27 e 28 de fevereiro, em Quito.

Agricultores, agricultoras, estudantes, professores, representantes de organizações sociais – nacionais e internacionais -, e autoridades governamentais do Equador participaram do encontro, onde discutiram a aplicação, limites e potencialidades dos SPG, especialmente no desenvolvimento dos territórios. A metodologia é baseada na capacidade das próprias famílias agricultoras de avaliar, documentar e garantir a credibilidade da sua produção, e assim incluí-las no mercado.

Torres, há 21 anos

Quando começaram as discussões sobre o método, no início dos anos 1990, a proposta era essa mesma, de viabilizar a agricultura financeiramente empobrecida da América Latina. “De 1992 para cá, ajudei a formular e difundir o sistema, acho que posso dizer, de forma incansável. Viajei quase 40 países falando sobre isso”, recordou o consultor, no blog Caminhando e Contando! https://laerciomeirelles.blogspot.com/2025/03/quito-equador-26-de-fevereiro-01-de.html?m=1

Laércio também enumerou três eventos que marcaram o desenvolvimento dos SPG, um deles, em Torres: “Em 2004, em Torres, realizamos um evento global sobre certificação alternativa. Havia 20 países de cinco continentes. Éramos apenas 45 pessoas. Acredito que esse evento foi o que colocou essa questão em pauta”. O evento de Torres foi seguido pelo Fórum Latino-Americano de SPG, em Antônio Prado em 2009, e a Carta de Quito.

As 281 famílias certificadas, organizadas em 46 grupos, em 12 municípios, fazem parte do Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia. Este núcleo representa a Rede na região. No Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, está a relação de produtores orgânicos de todo o Brasil e organizações de controle e qualidade, dentre elas, a Associação Ecovida de Certificação Participativa.

Fonte: Centro Ecológico / Miriam Sperb

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Um sistema agroflorestal em Morrinhos do Sul e outro em Torres são, desde os dias 19 e 20 de fevereiro, mais dois refúgios para abelhas sem ferrão na região. Nesses dias, Pedro Bernhardt, do Grupo de Estudos em Abelhas do Instituto Federal Catarinense Campus Santa Rosa do Sul, orientou a instalação, revisão, manejo e divisão de enxames na agrofloresta da família Strege Evaldt e no Butiazal São José, durante uma oficina de meliponicultura.

A instalação começa pela escolha do local. No butiazal, depois de andar e considerar vários possíveis lugares, o grupo montou o palanque para três caixas de mirim e uma de mandaçaia no local aprovado por Pedro. “Aqui é um ótimo lugar porque ele tem um pouco de vento, vai ficar arejado, tem umidade no chão e está bem protegido do sol. Se chover, vai pegar chuva, se der granizo, vai pegar, mas tem essa cobertura natural das árvores que protege as caixas, a casa delas”, explicou. Ele também esclareceu que essas espécies convivem bem e por isso puderam ser colocadas lado a lado, ao contrário da abelha jataí, que não admite companhia.

Sistemas agroflorestais

Assim, começando pela localização do meliponário, por diversas vezes Pedro associou as condições oferecidas pelas agroflorestas às mais adequadas à sobrevivência das abelhas nativas. Sobre a alimentação, mencionou os enxames colocados no início de 2023 na agrofloresta família Fernandes, em Três Cachoeiras. Conforme a observação do especialista, mesmo sem terem recebido alimentação de calda rala de açúcar cristal com água, recomendada durante o inverno, as abelhas se multiplicaram e foi feita divisão de enxames no dia 29 de janeiro deste ano. Isso mostra a disponibilidade de alimento (pólen e néctar) nestes sistemas com mais biodiversidade.

Quando falou sobre ameaça à vida das abelhas, Pedro alertou que, depois da fome e de pragas como forídeo, formigas e outros insetos, o envenenamento é a segunda causa de morte das polinizadoras. O envenenamento mata em segundos. A fome em dois ou três dias. “Mas aqui vocês do núcleo agroecológico(Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia) é muito mais difícil (a morte por agrotóxicos), porque as mirins elas vão num raio de até 500 metros longe da caixa. Então aqui, sendo uma área mais bem preservada, é mais difícil de se ter estes problemas”.

Projeto

No Centro Ecológico, o incentivo à preservação das abelhas sem ferrão em sistemas agroflorestais tem apoio do Fundo de Adaptação e Inovação Climática (AFCIA, na sigla em inglês).

Fonte: Centro Ecológico / Miriam Sperb

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