Secretário de Turismo do município lamenta tragédia e afirma que protocolos de segurança foram seguidos por concessionária e órgãos responsáveis.
Uma tragédia abalou o município de Cambará do Sul na tarde da última quinta-feira (10). Uma menina de 11 anos morreu após cair de uma altura de aproximadamente 70 metros no Cânion Fortaleza, uma das principais atrações naturais da região. O acidente ocorreu na parte superior do cânion, localizada no território de Cambará do Sul (RS), enquanto a parte inferior pertence ao município de Jacinto Machado (SC).

Em entrevista à Rádio Maristela, na manhã de sexta-feira (11), o secretário de Turismo de Cambará do Sul, Andrews Mohr, lamentou profundamente o ocorrido e destacou as medidas emergenciais tomadas logo após a confirmação do acidente.
Segundo ele, a notícia chegou por meio do chefe da concessionária Urbia, empresa responsável pela gestão do turismo no Parque Nacional da Serra Geral, onde está situado o cânion.
“Assim que recebi a informação, avisei o prefeito Schamberlaen e me desloquei imediatamente para o local. O Corpo de Bombeiros de Cambará já estava atuando, junto a uma aeronave de Santa Catarina que realizava buscas. Logo chegaram também duas aeronaves da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, além de bombeiros de Canela, Gramado e Porto Alegre”, relatou Mohr.
As buscas, iniciadas ainda durante a tarde, contaram com o uso de drones com sensor térmico para localizar a criança. Por volta das 17h, o corpo da menina foi encontrado. A operação de resgate foi realizada durante a noite, em uma das áreas mais íngremes do cânion.
“Foi uma operação delicada, feita com muito cuidado, em uma parede vertical de 70 metros, mas sem neblina, o que ajudou na visibilidade”, completou o secretário.
A prefeitura de Cambará do Sul providenciou apoio logístico à operação, incluindo ambulância com equipe médica e enfermeiros do SAMU, além da presença do secretário municipal de Saúde e do coordenador da Defesa Civil.
ACIDENTE COMOVENTE
A menina estava no cânion com os pais quando o acidente ocorreu. Segundo relato do pai ao secretário, a família estava se dirigindo a um dos bancos do parque para fazer um lanche, quando a filha saiu correndo em direção à borda do cânion. O pai correu atrás dela, mas não conseguiu alcançá-la antes da queda.
“É uma dor inimaginável. Levei uma psicóloga para acompanhar os pais durante o processo, porque era um momento de extremo sofrimento. A queda foi em um dos pontos mais altos do cânion, de cerca de 70 metros. Infelizmente, devido à altura, ela faleceu ainda na queda”, afirmou Mohr.
SEGURANÇA E PROTOCOLOS
O secretário ressaltou que o Parque Nacional da Serra Geral é uma unidade de conservação federal, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e, atualmente, com gestão turística da empresa Urbia. Ambos seguem normas rigorosas de segurança previstas para esse tipo de atividade.
“As trilhas estão bem manejadas, sinalizadas, há placas orientativas, bombeiros civis e monitores atuando no local. Todos os protocolos exigidos pela legislação vigente são cumpridos. Foi uma fatalidade”, afirmou.
Mohr reconhece, no entanto, que o episódio abre espaço para discussões sobre a possibilidade de melhorias, como instalação de guarda-corpos ou outros dispositivos de contenção. “Não sabemos se isso evitaria esse tipo de tragédia, mas certamente o tema será debatido pelas instâncias responsáveis”, complementou.
UM DIA DE LUTO PARA A REGIÃO
Andrews Mohr classificou a tragédia como um momento de luto para toda a região dos cânions, que é reconhecida internacionalmente como Geoparque Mundial da Unesco.
“Nosso turismo é voltado ao contato com a natureza, à alegria, à introspecção. É um dia muito triste para nós. A dor dos pais nos toca profundamente e queremos expressar nossa solidariedade e pedir a Deus que conforte essa família.”
O Cânion Fortaleza é um dos pontos turísticos mais visitados do Rio Grande do Sul e atrai milhares de turistas ao longo do ano. A segurança no local seguirá sendo tema de avaliação por parte das autoridades municipais, estaduais e federais.
“Nosso turismo é seguro, oferece experiências únicas e momentos felizes. Seguiremos trabalhando para que episódios como esse não se repitam”, concluiu o secretário.
Assista a entrevista completa:
>> Receba as notícias da Maristela sobre o Litoral Norte gaúcho e o Sul catarinense no seu WhatsApp! Clique aqui e fique bem informado.


